A cada ano, mais países proíbem o uso de animais selvagens em circos. O fato de serem mantidos acorrentados e conduzidos em viagens longas e cansativas para entretenimento de alguns deveria ser suficiente para afugentar o público. As gerações mais jovens se perguntam como as anteriores puderam ter sido tão cegas para a crueldade e exploração envolvidas.  

Mas será que algum dia o mesmo questionamento será feito com relação aos animais de estimação? No futuro, poderá parecer cruel manter cães trancados em casa, confinar peixes a pequenas tigelas ou pássaros a pequenas gaiolas para que nos servirem de companhia? 

A questão da guarda de animais de estimação está em discussão há algum tempo. Recentemente, foi revelado que o desejo final da dona de um cão nos Estados Unidos era que seu animal de estimação perfeitamente saudável fosse morto e enterrado a seu lado.  

Apesar da repercussão do caso e dos protestos pela vida da shih tzu Emma, a vontade de sua dona prevaleceu. Para muitos de nós a exigência pode parecer uma barbaridade, mas a mulher provavelmente pensou tratar-se de uma demonstração de amor.  

Uma pesquisa feita com tutores de animais no Reino Unido descobriu que mais de um quarto deles acredita ser aceitável deixar um cão sozinho em casa até mais de 10 horas por dia. 

Pelo comportamento dócil e por cuidar dos que estão ao seu redor, os animais de estimação são capazes de nos transmitir sensação de bem-estar e de carinho.  

Porém, para acolher um animal de estimação não basta ter vontade. É preciso ter recursos, disposição e tempo para dedicar a ele. Alimentação, abrigo, higiene, medidas preventivas e de tratamento de saúde, além do respeito aos seus sentimentos são pontos a considerar para que os benefícios da convivência sejam recíprocos. 

Podemos realmente dizer que amamos nossos animais de estimação se não estamos dispostos a retribuir todo o carinho que eles nos dedicam? 

O projeto Médicos-Veterinários de Rua oferece atendimento em saúde aos animais de estimação das populações em situação de vulnerabilidade e aos que são vítimas de abandono e maus-tratos. Em nossas ações, avaliamos o estado geral dos animais e se podem ser a causa de alguma enfermidade ou zoonose para seus donos. Detectada a doença, seja no animal ou no dono, ambos são tratados ou encaminhados para tratamento. 

 
Na abordagem dos médicos-veterinários e graduandos, os animais recebem vermífugo, antipulgas, vacinas espécie-específica e antirrábica. Também orientamos sobre a importância da castração, fazemos doação de rações para cães e gatos e alguns mimos para os animais. 

Caso queira ajudar nosso projeto, aceitamos doações de rações para cães e gatos, medicamentos, camas, comedouros, roupas e cobertores para animais, além de ser possível a doação de qualquer valor.

Mais informações no site https://www.medicosdomundo.org.br/doe-agora/.