Testes de detecção de Covid-19

Diferenças entre os testes que identificam a infecção pelo Sars-CoV-2

Diferenças entre os testes que identificam a infecção pelo Sars-CoV-2

Primeiramente é bom dizer que no mercado, temos alguns tipos de testes que identificam a infecção pelo Sars-CoV-2, popularmente conhecido como o novo coronavírus. Temos os testes moleculares, testes para detecção de antígenos e testes sorológicos.

Teste Molecular

O teste padrão ouro da Organização Mundial da Saúde (OMS) é o exame molecular para detecção das partículas virais presentes nas amostras biológicas da secreção nasofaríngea, orofaríngea, lavado bronco alveolar ou aspirado traqueal.

Esses testes são feitos pela técnica da Transcriptase Reversa (RT), seguida pela Reação em Cadeia Polimerase (PCR) em Tempo real (r), do inglês real-time reverse-transcriptase polymerase chain reaction (rRT-PCR).

Como o Sars-CoV-2 é um vírus de RNA, é necessário realizar uma reação de transcrição reversa para a obtenção do DNA complementar (cDNA) a partir de RNA viral. Na sequência, amplificar o cDNA pela reação do PCR, cuja técnica utiliza sondas fluorescentes que ao se ligarem em sequências virais específicas, emitem fluorescência ao serem clivadas na amplificação, sendo detectadas e traduzidas pelo equipamento em tempo real.

Esse exame é muito sensível e detecta partículas virais na fase aguda da infecção, sendo indicado do terceiro até o décimo dia após o início dos sintomas.

Testes de Detecção de Antígeno

O teste para detecção de antígeno é um teste de imunocromatografia (teste rápido). Esse teste detecta antígenos específicos do Sars-CoV-2 nas secreções nasofaríngea e orofaríngea. É muito útil para triagem de infecções agudas pelo coronavírus, porém, não confirma o diagnóstico, sendo necessária uma nova análise pelo exame molecular rRT-PCR.

Testes Sorológicos

Com relação aos testes sorológicos, não detectam a presença das partículas e antígenos virais, mas as imunoglobulinas ou anticorpos (AC) sintetizados em resposta do sistema imune ao vírus.

A função dos AC sintetizados é reconhecer e neutralizar as partículas virais para que as células do sistema imune reconheçam e eliminem o vírus.

Os AC detectados nos testes são IgA, IgM, IgG anti-Sars-CoV-2 presentes em amostras de sangue periférico ou de sangue capilar.

Por ser uma resposta a infecção viral, os AC só são detectados depois de um período após a infecção. Este período em que os AC não são detectados nos exames é chamado de Janela Imunológica.

Estudos apontam que pacientes com infecção aguda ou recente apresentam um aumento de AC rapidamente após o sétimo dia de doença, chegando a estar presente entre o 8º e 14º dia em 89% dos pacientes. Para AC totais, 73,3% para IgM e 54,1% para IgG. E que após o 15º dia de doença, a presença de AC totais chega a 100%.

Os testes para detectar a presença de AC nas amostras dos pacientes são os testes de imunocromatografia (teste rápido) e reação Imunoenzimática – ELISA do inglês, Enzyme-linked immunosorbent assay.

Ambos os testes são baseados pela reação que forma um complexo de antígenos-anticorpos que após a ligação emitem cor, seja pelos anticorpos secundários conjugados com um cromógeno nos testes rápidos ou dos anticorpos secundários conjugados com uma peroxidade (enzima) nos testes de ELIZA.

Os testes sorológicos são indicados em média a partir do nono dia após o início dos sintomas e identificam pacientes na fase aguda, infecção recente, assintomáticos e recuperados.

Resultados negativos não excluem a infecção, principalmente entre aqueles com exposição recente ao vírus que elevam os índices de falsos negativos. Esse teste também pode apresentar reatividade cruzada entre anticorpos (falso positivo). Sendo assim necessário dependendo do caso e indicação médica a realização do teste confirmatório pelo exame rRT-PCR.

Testes de detecção de Covid-19

Imagem Comparativa

Vanessa Maciel – Biomédica e Coordenadora do laboratório de rua