Projeto leva atendimento médico humanizado para moradores de rua em diversas cidades do país

A profissão do médico já é especial por si só, muito mais do que o dom da medicina, para ser médico é preciso muito amor. A ele é dada a responsabilidade de curar o próximo e é exatamente isso que os move, como Dr. Mário Vicente Campos, que acabou fazendo uma extensão de seu próprio consultório para levar atendimento médico onde as pessoas mais precisam: nas ruas. (Você também pode apoiar a Saúde com Visa, sem pagar nada a mais por isso, inscreva-se aqui.)

Neurologista, depois de se formar em Medicina ele fez uma especialização nos Estados Unidos e quando retornou ao Brasil passou a dar aulas de medicina em uma universidade de São Paulo. Foi neste período que surgiu a ideia de criar a sua ONG Médicos de Rua: “Durante o percurso entre o metrô e a universidade via muitos moradores de rua. Já conheci o projeto do médico americano professor Jim Withers, que atendia moradores de rua (Já falamos dele aqui no Razões, relembre). Associei a necessidade das pessoas em situação de rua, com a necessidade de humanizar os alunos e o trabalho do Dr. Jim.”, contou ele à nossa redação.

Se no início, em 2015, Mário fazia o trabalho todo sozinho, hoje já são vários alunos e colegas que participam: “Começaram a aparecer alunos e mais alunos. Hoje triamos cerca de 1000 pessoas por ação e tratamos de cerca de 100 a 150.”

Atendimento médico humanizado para quem mais precisa

O desejo do médico de criar uma medicina mais humanizada tem agradado pessoas do Brasil inteiro e, hoje, o projeto Médicos de Rua atende em São Paulo, Recife, Itajubá, São José dos Campos e em breve, Curitiba. Dentro de seu projeto, existem várias outras vertentes, como o Doutores Brinquedos, que faz atendimentos para crianças; Projeto Mulheres sem Medo, que atende mulheres que precisam se informar sobre a prevenção da violência e planejamento familiar e, por fim, o Veterinários de Rua.

A ação é feita em um domingo por mês, mas ele pretende ampliar, já que seu maior sonho é levar a medicina de alta qualidade para os mais necessitados. Em cada cidade a ONG procura fazer uma parceria com a prefeitura, como em São Paulo, que eles trabalham junto com a pastoral de rua e acabam oferecendo, além do atendimento médico, alimentação.

 

 

As pessoas que são atendidas através do projeto, muitas vezes nunca receberam atendimento médico na vida e possuem um problema de saúde de fácil resolução, mas só precisam de uma chance para serem ouvidas e cuidadas, que é o que ele e seus alunos propõem. A partir da medicina humanizada, eles conversam com estas pessoas, buscam ouvi-las e prescrevem remédios que pagam do próprio bolso. Se precisar, as pessoas em situação de rua são chamadas ao hospital em que Mário atende, para dar continuidade ao tratamento. “Eu vou continuar me associando a grandes hospitais e a grandes instituições, mas vou continuar atendendo a população carente. Não tenho a ideia de parar nunca, pelo contrário, quero é expandir o projeto”.

Trabalhando em dois hospitais, dando aula para cinco turmas de faculdade e com uma filha de 4 anos, Dr. Mário mostra que, muito mais do que amor pela profissão, ele possui amor pela vida e é exatamente isso que quer passar para seus alunos e as futuras gerações.

Fotos: divulgação Médicos de Rua